O mercado de crédito privado brasileiro está passando por um ciclo de correção, com diversas emissões enfrentando dificuldades. Pelo menos seis emissões recentes foram adiadas ou não conseguiram captar o volume desejado. Exemplos incluem a Tigre, que adiou uma emissão de R$ 651 milhões devido à falta de demanda, e a B3, que também adiou sua emissão de R$ 1,7 bilhão após revisar os termos.
Outros casos incluem a Auren, que não conseguiu fechar uma oferta de R$ 2,5 bilhões a CDI + 0,55%, mas teve sucesso com uma operação de R$ 5,4 bilhões a uma taxa mais atraente. Eletrobras e Hapvida também enfrentaram dificuldades, com bancos tendo que encarteirar parte das ofertas. A Rede D’Or, por sua vez, captou apenas R$ 3,5 bilhões de uma oferta de R$ 5,9 bilhões, com os bancos assumindo o restante.
Essa situação reflete uma correção no mercado, que havia experimentado uma compressão dos spreads, com taxas historicamente baixas, especialmente nos últimos seis meses. O mercado agora enfrenta dificuldades em absorver as novas emissões, uma vez que os fundos de crédito não conseguem mais gerar retornos satisfatórios com as taxas atuais, e os papéis de longo prazo apresentam riscos devido ao aumento da duration.
Com a diminuição do fluxo de investimentos e a falta de atratividade nas taxas oferecidas, os fundos estão tomando medidas como fechar novas captações ou manter o capital em caixa, o que impacta negativamente os retornos. Apesar das dificuldades, a correção no mercado não deve ser drástica, mas uma leve elevação nos spreads, entre 10 e 20 pontos base, é esperada.
O mercado de crédito privado enfrenta uma situação difícil, e gestores de fundos terão que navegar cuidadosamente entre os desafios impostos pelas taxas baixas e pela falta de liquidez. O cenário atual exige ajustes estratégicos para equilibrar a rentabilidade e o risco.
Fonte:
Spreads comprimem demais, e crédito privado começa a corrigir www.braziljournal.com @2024. Disponível em: https://braziljournal.com/spreads-comprimem-demais-e-credito-privado-comeca-a-corrigir/ # Acesso em: 28 nov 2024.
