Muita calma nessa hora: o freio de arrumação dos mercados

Os mercados internacionais estão passando por um dos maiores movimentos de aversão ao risco dos últimos anos, com um deslocamento significativo que começou no final da semana passada e se intensificou hoje. O índice VIX, que mede a volatilidade, subiu para mais de 65 pontos, um nível raramente visto na história, comparável apenas aos picos durante a pandemia de 2020 e a crise financeira de 2008.

Há apenas duas semanas, em meados de julho, o VIX estava em torno de 12 pontos, mas desde então disparou 550%, com a maior parte dessa alta concentrada nos últimos dois dias. Investidores ao redor do mundo estão vendendo suas ações, especialmente do setor de tecnologia, e movendo capital para portos seguros, como os Treasuries americanos.

O selloff começou após a divulgação de dados econômicos fracos nos EUA, incluindo a criação de vagas de emprego abaixo do esperado. A Bolsa de Tóquio foi a mais afetada, com o índice Nikkei 225 caindo 12,4%, a segunda maior queda de sua história. As ações japonesas, especialmente de instituições financeiras e empresas de tecnologia, já caíram 25,5% desde o pico de julho.

O iene japonês se fortaleceu em relação ao dólar, forçando a liquidação de posições de carry trade, impactando moedas de países emergentes como o peso mexicano e o real. Outras bolsas asiáticas também registraram quedas acentuadas, com o índice Kospi da Coreia do Sul caindo 8,8% e Taiwan registrando uma queda de 8%. Ações de empresas asiáticas ligadas à inteligência artificial, como a TSMC, também sofreram grandes perdas.

Nos EUA, as Treasuries estão em alta, refletindo a crescente possibilidade de uma recessão, com os mercados esperando cortes de juros pelo Federal Reserve. A curva de juros americana tornou-se positiva pela primeira vez desde julho de 2022, indicando expectativas de cortes iminentes. O renomado professor de finanças Jeremy Siegel sugeriu que o Fed deveria realizar um corte emergencial de 75 pontos-base.

As bolsas americanas abriram a semana com quedas acentuadas, especialmente entre as Big Techs, com o índice Nasdaq caindo 4,1% e o S&P 500 recuando 3,8%. No Brasil, o Ibovespa caiu 1,5%, enquanto o dólar subiu 1,3%, aproximando-se de R$ 5,80.

FONTE: https://braziljournal.com/muita-calma-nessa-hora-o-freio-de-arrumacao-dos-mercados/

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