Lobby de Lula funciona e Brasil fica a um passo do “investment grade”.

Em visita a Nova York, o presidente Lula fez um esforço de lobby junto às agências de classificação de risco para destacar a situação econômica do Brasil diretamente. Esse movimento culminou em um resultado positivo: a Moody’s elevou a nota de crédito do país de Ba2 para Ba1, posicionando o Brasil a um nível abaixo do “investment grade”. A agência apontou que a decisão foi impulsionada pelo crescimento econômico acima das expectativas e pelas recentes reformas fiscais, que indicam um possível fortalecimento da trajetória de dívida do país. Além disso, a perspectiva positiva na classificação sugere que uma nova elevação poderá ocorrer, caso as condições econômicas e fiscais continuem favoráveis.

A Moody’s acredita que o crescimento econômico sustentado e o cumprimento do novo arcabouço fiscal podem aumentar a credibilidade institucional e reduzir o custo da dívida, contribuindo para um possível equilíbrio financeiro no médio prazo. A agência, que anteriormente era mais cautelosa em relação ao Brasil, adotou uma posição mais otimista em comparação com as outras principais agências, Standard & Poor’s e Fitch, que ainda classificam o país dois níveis abaixo do grau de investimento.

A notícia pegou o mercado de surpresa, especialmente entre gestores econômicos em Faria Lima e Leblon, que apontaram o endividamento ainda crescente e o alto custo da dívida como obstáculos para uma recuperação sustentada da nota de crédito. Carlos Kawall, ex-secretário do Tesouro, comentou que o crescimento do PIB e o aumento na arrecadação são positivos, mas que a rigidez do gasto público e a indexação de despesas, como educação e saúde, podem limitar os ganhos no longo prazo. Ele expressou uma visão mais conservadora, afirmando que ainda não há um cenário claro de consolidação fiscal.

Por outro lado, economistas como Paulo Gala, do Master, avaliaram o upgrade da Moody’s como razoável, observando que o Brasil, apesar de ter desafios fiscais, mostra uma boa gestão comparado a seus pares. Ele destacou o crescimento econômico de 3% ao ano como um fator crucial, pois facilita a estabilização da economia e reduz a pressão sobre o endividamento.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que está focado em trabalhar para que o país recupere o grau de investimento ainda durante o governo Lula, reconhecendo que isso exigirá um esforço contínuo nas áreas fiscal e monetária. Haddad afirmou que, com perseverança e ajustes adequados, o Brasil pode alcançar estabilidade na relação dívida/PIB.

Para alguns economistas, como Solange Srour, do UBS Wealth Management, a recuperação do grau de investimento ainda é incerta devido à elevada relação dívida/PIB e aos juros reais de 6,5%, que impõem desafios à sustentabilidade da dívida. Segundo ela, a trajetória da dívida ainda é uma preocupação para investidores, que exigem uma compensação mais alta devido à ausência de um horizonte claro de estabilização.

A Moody’s também elogiou os avanços do Brasil em meio ao ambiente político polarizado, destacando a recente reforma tributária, que pode ajudar a elevar o PIB potencial do país. No entanto, o consenso entre analistas é que o Brasil terá que continuar realizando ajustes fiscais e expandindo o crescimento econômico para consolidar esse progresso e potencialmente reconquistar o grau de investimento.

Fonte:

Lobby de Lula funciona e Brasil fica a um passo do ‘investment grade’ www.braziljournal.com @2024. Disponível em: https://braziljournal.com/amazon-quer-lancar-rival-para-o-chatgpt-e-uma-alexa-turbinada/ # Acesso em:05  nov 2024.

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